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Navegando por aí achei esse post interessante de  Lisa Packer  da Healthy Hearing de fevereiro de 2016. Resolvi traduzir o que achei mais bacana e… é claro… fazer meus comentários … 🙂

Vamos lá! Traduzindo…

Um argumento muito comum por aí é esse: ” Eu posso comprar um iphone ou um ipad por muito menos. Por que os aparelhos auditivos não tem o mesmo preço? Os 2 são pequenos e tem muita tecnologia envolvida.”

#meuscomentários: No Brasil um iphone  ou ipad tem preços bem maiores que a maioria dos smartphones e tablets. No meu dia-a-dia ouço muito mais comparações com televisão. Coisas assim… “mas isso custa o valor de uma TV de tantas polegadas…”

A diferença entre esses dois produtos envolve: fabricação, distribuição e situação econômica.

 

Do desenvolvimento à fabricação

O processo de fabricação dos aparelhos auditivos é pequeno mas é elemento importante na conta do custo. Os materiais envolvidos não são assim tão caros (mesmo levando em conta equipamentos especializados necessários como microprocessadores e  microfones) correspondendo a mais ou menos 10% do custo. Mas como qualquer equipamento com muita tecnologia (os famosos high tech), há necessidade de muita pesquisa e desenvolvimento que entra no cálculo do custo. No final, a pesquisa pode custar 3x mais que os materiais para a fabricação.

Cada fabricante de aparelhos auditivos tem uma equipe enorme de profissionais responsáveis pelo desenvolvimento do produto: desde engenheiros elétricos, audiologistas, programadores e até musicologistas. Essa equipe pode envolver  200 a 300 pessoas num período entre 3 a 4 anos. Além disso, novos recursos exigem testes laboratoriais intensivos nos aparelhos auditivos que podem levar cerca de 2 anos.

Estima-se que a produção (materiais, mão de obra e equipamento) represente somente 8-10% do custo total do aparelho auditivo. O restante do custo inclui pesquisa, desenvolvimento, marketing, testes e a margem do fabricante.

 

Para o aparelho auditivo chegar até o consumidor

O preço de varejo dos aparelhos auditivos incluem taxas de adaptação, salários de funcionários, tudo que acontece depois que o aparelho auditivo sai do fabricante. Diferente dos iphones, os aparelhos auditivos são produtos médicos, que envolvem registro nos órgãos competentes como FDA (nos EUA) e ANVISA (no Brasil). A compra de um aparelho auditivo é bem diferente de um telefone: enquanto na loja da Apple,  vc entra, passa uma hora com o  vendedor, escolhe o produto, compra e acabou,  no caso de um aparelho auditivo há um processo posterior à compra que envolve horas de adaptação, regulagens e manutenção que estão dentro do custo do produto. Isso significa que ao comprar um aparelho auditivo vc está pagando também pelo serviço de profissionais treinados (especialistas) para ajustar seus aparelhos enquanto eles durarem.

#meuscomentários: costumo dizer aos meus pacientes que a seleção do aparelho, teste e compra são as partes mais curtas do processo. O casamento está somente começando.  Por isso, escolha bem o local da compra.

Aqui estão alguns dos serviços que estão incorporados no custo de varejo do aparelho auditivo:

  • Custo da avaliação auditiva (levantamento do histórico do paciente e testes audiométricos)
  • Seleção e indicação
  • Programação
  • Adaptação
  • Consultas de acompanhamento
  • Limpeza
  • Manutenção
  • Garantia do produto
  • Baterias
  • Aconselhamento
  • Educação

Devido ao fato dos aparelhos auditivos serem considerados produtos médicos,  os serviços de ajustes e regulagens devem ser realizados por profissionais especialistas, altamente treinados e atualizados em congressos. E isso tudo tem um custo alto. Além disso, há todo o equipamento específico necessário para a realização dos ajustes.

E não podemos esquecer do custo geral de manter qualquer centro auditivo em funcionamento, desde o custo da eletricidade até de todos funcionários envolvidos na operação.

 

A economia de escala

E é claro, a economia tem sua parcela nos custos do aparelho auditivo. Em primeiro lugar, há a competição entre os fabricantes de aparelhos auditivos, que influencia os gastos com a propaganda do produto. Além disso, há o princípio econômico chamado economia de escala que é de grande importância nesse caso. Basicamente, quando um produto (aparelhos auditivos) é produzido em grande escala, o fabricante pode diluir certos custos envolvidos na produção (como design, pesquisa e desenvolvimento) de forma mais suave. Na prática, a empresa consegue reduzir os custos para o consumidor. Entretanto, somente cerca de 2 milhões de aparelhos auditivos são vendidos por ano e em contrapartida cerca de 32.4 milhões de iphones nos EUA somente em 2011. #meuscomentários: No Brasil não consegui achar um dado de fonte confiável para colocar aqui…

Dizem por aí que conhecimento é poder. Acreditamos que entender melhor o que entra no custo de um aparelho auditivo permitirá que vc tome a melhor decisão possível quando for comprar os seus.

#meuscomentários: aparelhos auditivos não são baratos. Mas o fato é que existem diversas marcas e muitas opções de custo médio e baixo  (mesmo de marcas de primeira linha) no mercado que podem atender as necessidades da maioria dos pacientes. O indispensável na escolha do melhor custo-benefício (além do preço e avaliação do que está incluso) é um bom fonoaudiólogo com excelentes conhecimentos técnicos e realmente preocupado com o bem estar auditivo do seu paciente.

 

Boa semana a todos!  🙂

Por: Mirella Horiuti

Para: www.naoescuto.com