Modelos

Quando comecei a trabalhar com aparelhos auditivos, haviam somente três categorias…  os aparelhos de caixa, os retroauriculares ou BTE  (aqueles que ficam atrás da orelha) e os intras ou customizados ( aqueles que ficam dentro da orelha).

O modelo de caixa está quase em extinção. Ele tem um corpo e fios que levam até os moldes nos ouvidos. São muuuuito maiores que um MP3 atual em termos de tamanho.

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Na minha carreira vi alguns deles, hoje seu uso está praticamente restrito à dois tipos de pacientes: aquele que já usa e não quer trocar de jeito nenhum e aquele que por algum motivo maior de saúde deve usá-lo (pacientes com algum tipo de demência, com incapacidades motoras, etc).

Mas voltando à classificação dos aparelhos,  as categorias se modificaram… e para melhor, é claro!

Agora temos 2 categorias diferentes de aparelhos auditivos:

  • Convencionais – que são os retroauriculares ou intras
  • Implantáveis – que como o próprio nome diz, são implantados e precisam de intervenção cirúrgica para colocação

Vamos falar de cada uma delas para ficar tudo bem claro…

Convencionais:

Os aparelhos auditivos convencionais podem ser classificados em 2 tipos principais: Retroauriculares e Intras

  1. Retroauriculares –  são aqueles que ficam atrás da orelha. Existem diversos tamanhos (com diferentes tamanhos de pilha também) e tipos de adaptação. Uns mais discretos que outros. A escolha do tipo de adaptação depende da audiometria do paciente.

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Os retroauriculares podem ser adaptados com moldes (peças de silicone ou acrílico que são feitas exatamente do tamanho da orelha do usuário que conectam o aparelho auditivo atrás da orelha com o canal auditivo através de um tubinho plástico). Esse modelo era o mais comum até alguns anos atrás.

Ou

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Adaptados com tubinho fino e sonda (muito mais discreto!).Também são conhecidos como Open. Mas isso é só um nome, que atualmente virou sinônimo de tubo fino.

Ainda dentro da linha de tubinho fino temos 2 tipos. Os mais fracos (menos ganho, ou seja, menos potência de reserva) como esse da foto acima (repare que  a ponta do tubo é somente de plástico) e os mais potentes (da foto abaixo) chamados de RIC- receptor no canal (repare que na ponta do tubo tem uma parte prata, que é o receptor do aparelho). Particularmente, gosto muito desta linha pois se a perda auditiva piorar, posso trocar apenas o receptor (que é muuuuuito mais barato que o aparelho – custa em média 100 a 250 reais dependendo da marca do aparelho)  e manter o mesmo aparelho auditivo.

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  1. Intras –  são aqueles que ficam dentro da orelha. Existem diversos tamanhos (e diferentes tamanhos de pilha também).  Até o ano de 2010 os intras menores eram exclusivos para uso de pacientes com perda auditiva de grau leve a moderado. Hoje, temos intras bem pequenos com potências violentas como as de retroauriculares, servido para perdas auditivas de grau severo a profundo. Os intras tem nomes diferentes de acordo com o seu tamanho e posicionamento na orelha.

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Imini2Imini

 

Microcanais –  São os menores aparelhos auditivos em tamanho e ficam acomodados dentro do canal auditivo. Desta forma, são os mais discretos, praticamente invisíveis quando em uso. Existem 2 tipos. A diferença entre eles é o quanto aparecem – um fica mais profundo no canal que o outro. O tamanho da pilha é o mesmo. Quanto mais potente o aparelho auditivo, maior deve ser o canal auditivo internamente.

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 Intracanais –  São de tamanho intermediário e ficam acomodados dentro do canal e parcialmente na parte externa (concha) , o que vai definir o tamanho dele na orelha são os opcionais: controle de volume, bobina telefônica e botão de programas. Quanto mais opcionais, maior o aparelho.  O tamanho do canal auditivo também influencia no tamanho final do aparelho auditivo.

#ficadica :  para seu aparelho auditivo ficar menor, opte pelo botão de programas. Você pode ter vários volumes e acessá-los somente apertando um botão.

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Intra-auriculares –  São os maiores e ficam acomodados dentro do canal e totalmente na parte externa (concha).  Atualmente poucos pacientes se utilizam desse modelo. Eles são grandes, muito potentes e desconfortáveis. Com a tecnologia atual  ( mais potência e menos microfonia-apito – em modelos intracanais) esse modelo está caindo em desuso. Ainda é uma opção de intra quando o canal auditivo do paciente é muito estreito.  Na minha opinião é muito melhor, mais confortável e  discreto usar um retroauricular com tubo fino e receptor no canal do que um intra-auricular.

Implantáveis:

Como o próprio nome diz, eles são implantados no paciente e necessitam de algum tipo de intervenção médica.

O mais famoso e antigo deles é o Implante Coclear, que minha grande amiga Paula Pfeifer usa.  Há uns 2 -3 anos começaram a surgir outros tipos de implantes  de orelha média. Mas está tudo muito no começo na minha opinião.

Quer um site confiável?

www.surdez.org.br/conteudo.asp?id=4

Esse aqui é da Faculdade de Medicina da USP de SP – mais sério impossível. Ele faz um apanhado geral sobre o que tem disponível no mercado brasileiro e as vantagens de cada modelo.