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Essa semana atendi tantos pacientes com dificuldade de comunicação  em situações simples do dia-a-dia que achei importante falar sobre isso mais um pouco. Na verdade, esse post é um complemento de outro mais antigo onde falo sobre como um ouvinte pode se comportar para facilitar a vida da pessoa com perda auditiva : Como conversar com alguém que usa aparelho auditivo?

Hoje as dicas são para o paciente:

  • Lembre-se  que a maioria das pessoas não sabe como se comunicar com pacientes com perda auditiva.
  • Se achar conveniente informe que vc tem algum grau de dificuldade auditiva e que basta ele falar mais pausado e num volume audível que vocês conseguirão se comunicar. Agradeça pela ajuda antecipadamente. 🙂
  • PLANEJAMENTO: antecipe as situações que vc sabe que terá dificuldade e tente minimizá-las. Sente num lugar mais privilegiado, perto do falante, etc.
  • Evite locais barulhentos.
  • Preste atenção no falante. Num grupo, escolha 1 ou no máximo 2 pessoas para prestar atenção. Mas tenha expectativas realistas. Pergunte ao seu fonoaudiólogo o que vc pode esperar em termos de performance do seu aparelho auditivo e seu ouvido trabalhando juntos.
  • Se você escuta melhor de um ouvido, posicione-se  de forma que o que te interessa ouvir chegue neste ouvido. E como saber se vc tem um lado melhor para entender? Simples: teste qual lado vc prefere ao telefone. É esse o melhor.
  • Arrume alguns intervalos para interromper longas conversas.
  • Não finja que escutou e entendeu. Sem sorrisos amarelos. Não fale somente  ” O quê? ”  ou ” Hã” se vc não entendeu.  Você pode tentar algumas estratégias como:
    • “Você poderia repetir o que disse?”
    • “Você poderia dizer isso de uma forma diferente?”
    • Tentar reconfirmar o que foi dito. ” O que vc disse sobre a  televisão?”
  • Mas não pergunte a todo momento … deixe a conversa fluir um pouco. Às vezes depois de um pouco vc já entenderá o assunto.
  • Se vc estiver muito cansado, deixe a conversa importante para depois.
  • Tente relaxar e seja positivo!  🙂

 

Boa semana a todos!   :)

 

Por Mirella Horiuti

Para www.naoescuto.com

 

 

 

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Dando continuidade e finalmente encerrando o tema de compatibilidade (por enquanto, né?. ), desde quando isso existe? Pelas minhas pesquisas, faz mais ou menos uns 10 anos que as regras começaram a existir para os fabricantes de celulares. O objetivo destas regras é garantir menos estática, menos interferência e uma melhor conexão de bobina telefônica.

Então, como escolher o melhor celular?

Procure na embalagem, manual ou melhor, visite o site GARI antes de ir na loja.

Escolha a classificação  M  ( M3 ou M4) se você usa o telefone diretamente no microfone do aparelho auditivo.

Escolha a classificação  T ( T3 ou T4) se você usa o modo de Bobina no seu aparelho auditivo para falar ao telefone.

Preferencialmente escolha um celular que tenha:

  • Controle de volume
  • Visor  com controle de luminosidade
  • Opção de vibrar e flash de luz quando receber ligações
  • Diferentes tipos de sons  para toque
  • Viva voz

E os aparelhos auditivos podem ser mais ou menos compatíveis com celular?

A resposta é sim. Isso ainda não é regulamentado mas nas fichas técnicas mais recentes aparelhos auditivos (2014) tenho visto a mesma escala de classificação de M1 a M4 e de T1 a T4. Mas vale lembrar que nem todos aparelhos tem essa compatibilidade. Há modelos que não usam componentes com imunidade de RF. A  maioria no mercado com algum grau de imunidade é M2-T2. É um bom começo mas ainda há relatos de interferência do display, teclado e luz de fundo do celular quando se usa o modo bobina. Uma opção é desligar tudo que é possível no celular.

E como saber? Peça ao seu fonoaudiólogo para lhe mostrar a ficha técnica do aparelho auditivo que te interessa. Ela é mais ou menos assim:

Exemplo de microcanal:

FichaTecnicaMicrocanalMiconSiemens

Exemplo de intracanal com bobina:

FichaTecnicaIntracanalMiconSiemens

Exemplo de RIC (receptor no canal) com bobina:

FichaPure7BINAXSiemens

A melhor opção hoje é usar um aparelho auditivo M4-T4 e um celular M4-T4.

Antes de comprar teste !  🙂

Para finalizar, uma outra dica é entrar no Phonescoop para saber mais sobre os telefones que tem por aí. É um site americano.

Siga as dicas depois de entrar no site:

–  clique em  PHONE FINDER ( na esquerda)

– selecione SHOW ALL OPTIONS

– depois desça a página e procure pelo item HEARING AID COMPATIBLE  e selecione o que vc deseja

–  clique em SEARCH

O site vai te fornecer um monte de opções. Vc pode usar outros filtros como escolher marca, tamanho, etc

 

Boa semana a todos!   🙂

 

Por: Mirella Horiuti

Para: www.naoescuto.com

 

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E lá vamos nós!  🙂

Telefones sem fio analógicos  geralmente não geram interferência nos aparelhos auditivos. Já nos caso de telefones digitais sem fio a questão é outra… Pode haver interferência por causa da antena eletromagnética do telefone, iluminação do telefone, etc.

Nos Estados Unidos, quem controla a compatibilidade entre aparelhos auditivos (HAC – Hearing Aid Compatibility) e telefones digitais sem fio (inclusive celulares) é um orgão chamado FCC. Todo telefone deve obedecer as regras da  American National Standard Institute (ANSI) standard C63.19. Os telefones são classificados de acordo com o tanto de interferência que causam nos aparelhos auditivos. A interferência pode ser por RF ( radio frequência), M (microfone) e T (bobina telefônica).

A regra básica diz que para ser COMPATÍVEL todo telefone sem fio deve ser no mínimo  M3 ou T3. Essa informação já deve estar visível na embalagem no produto.

Mas o que significa isso?

Vamos lá…

O M significa que o modo de telefone a ser utilizado é o Modo Acústico.

E o T significa que a bobina telefônica está em uso (Modo Bobina).

A escala de classificação vai de 1 à 4.  Quanto maior o número, mais compatível é o telefone. Ou seja, mais claro é o som e menos interferência tem.

M1 ou T1  – ruim (sem compatibilidade)

M2 ou T2  – básica (sem compatibilidade)

M3 ou T3 – boa

M4 ou T4  – excelente

E aonde encontramos essa informação?

No Brasil, ainda depende muito do fabricante. Na maioria dos modelos está em algum lugar no manual. Mas já vi alguns manuais sem nada de informação.

Hoje conseguimos achar bastante coisa na internet e facilita a vida…Achei essas páginas (com todas em informações em inglês… é claro) mas podem ajudar bastante:

Site da Verizon – exibe os modelos M3- T3 -M4 – T4 que eles vendem

Site da Better Hearing institute – tem alguns modelos mas me parecem mais antigos

Mas… após navegar bastante… meus pedidos foram atendidos…

Alguém já ouviu falar do  site GARI?

Isso mesmo!  Olha só que bacana…

GARI1 GARI2

Então….  #ficadica 1

Entre no site do GARI e faça a pesquisa do grau de compatibilidade do seu celular ou daquele que vc está namorando… Vc pode até pesquisar por fabricante e modelo!  🙂

GARI3

 

#ficadica2

Se  vc está com dificuldades de falar ao telefone e já verificou com seu fonoaudiólogo que o seu aparelho auditivo está bem ajustado,  verifique a compatibilidade do seu telefone . Se a solução for adquirir um novo….antes de trocar seu celular:

  •  pesquise o grau de compatibilidade
  • teste vários modelos
  • depois decida

 

Boa semana a todos!  🙂

 

Por: Mirella Horiuti

Para: www.naoescuto.com

 

 

 

 

 

 

 

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Esse é um assunto que dá pano para manga… Antes de entrar no mérito da questão, falando de compatibilidade, resolvi voltar um pouco no tema …

Primeiro vamos esclarecer alguns pontos. Hoje existem 3 modos principais de se falar ao telefone com aparelhos auditivos.

1. Modo Acústico – é a simples aproximação do fone do telefone (parte superior) para próximo do aparelho auditivo. Sendo mais específica, próximo ao microfone do aparelho auditivo. Dependendo do modelo a posição do telefone poderá ser diferente. Quem capta todo o som do telefone é o microfone do aparelho auditivo. Além disso, dependendo da potência e tecnologia (em eliminar os apitos-microfonia) do aparelho auditivo, poderá ocorrer a famosa microfonia e distorção. Se isso acontece, muitos usuários acabam preferindo tirar o aparelho para falar no telefone. Mas não se preocupe. Alguma solução existe para todo caso! 🙂

Fale com seu fonoaudiólogo!

A seta mostra o local do microfone de cada modelo. O ideal é aproximar o máximo o telefone deste microfone sem microfonia.

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2. Modo Bobina –  neste modo, o microfone do aparelho auditivo é desligado e todo o som que sai do telefone é enviado por um campo magnético e captado pela bobina telefônica (T) do aparelho auditivo. A vantagem  é que não há mais microfonia ( Isso mesmo! Nada de apitos!) mas por outro lado o aparelho auditivo deve ter uma bobina telefônica e a posição do telefone no aparelho auditivo pode variar de acordo com o modelo. Atenção: quando o aparelho entra no modo bobina (T) o microfone é desligado. Então, o paciente não ouvirá nada do ambiente. Existem aparelhos que tem a opção MT, onde metade do sinal vem da bobina e  metade do microfone. Neste caso há chance de microfonia mas o paciente escuta o que acontece ao seu redor. A bobina está mais presente nos modelos retroauriculares mas existem intras (exceto microcanal) com bobina também.

A seta mostra o local que se deve aproximar o telefone para cada modelo.

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Atualmente há dois tipos de funcionamento de bobina: a convencional (o usuário deve mudar o programa o aparelho auditivo através de um botão para ativar o bobina – lembrando que depois de falar no telefone ele deverá apertar o botão de novo para voltar ao funcionamento normal do aparelho auditivo) e  a automática (ao aproximar o telefone do aparelho auditivo, este reconhece o campo magnético e muda o programa automaticamente, ativando a bobina. Depois de terminada a conversa, basta afastar o telefone do aparelho auditivo e tudo volta ao normal).

3. Conexão via Bluetooth –  este tipo de conexão está disponível há menos de 10 anos no mercado. É relativamente nova e muito vantajosa. E por que ?  Simples… o som do telefone sai direto nos aparelhos auditivos  sem a necessidade de aproximar o telefone.  É como se os aparelhos auditivos virassem fones de ouvido. Além disso, como o som sai nos 2 ouvidos, o entendimento de fala é muito melhor pois tenho 2 ouvidos trabalhando ao mesmo tempo. Dependendo da marca é necessário um acessório intermediário (controle remoto). Essa é a famosa “conectividade” que os fabricantes falam. A última novidade ( que particularmente sou fã) são os aplicativos de celular.  Várias marcas já tem disponíveis Apps para alterar programas e controle de volume.

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No próximo post falaremos sobre a famosa compatibilidade.

Boa semana a todos!  🙂

Por: Mirella Horiuti

Para: www.naoescuto.com

 

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Muita gente usa essas duas palavras como sinônimos mas na verdade, não são.

 OUVIR  significa ter recebido a informação, ou seja, perceber a existência de um som. De maneira geral, não temos controle sobre o OUVIR (somente se fecharmos nossos ouvidos ou sairmos de algum lugar).Chamamos isso de audibilidade. Com o uso de aparelhos auditivos, devolvemos esta audibilidade aos usuários.

ESCUTAR significa ter atenção ao som e atribuir à ele um significado. Temos total controle sobre o ESCUTAR. Para compreender o som que chega, não basta só detectá-lo, temos que prestar atenção e interpretá-lo.

Logo, para ESCUTAR é necessário OUVIR primeiro.

Como mencionei antes, o uso dos aparelhos auditivos ( bem ajustados, é claro)  devolve a audibilidade ao usuário. E a compreensão? Qual a forma de melhorar o ESCUTAR?

Não existe fórmula mágica e sim algumas dicas que podem ajudar a ESCUTAR:

  • Usar aparelho auditivo nos 2 ouvidos é sempre melhor ( salvo algumas exceções – fale com seu fonoaudiólogo).
  • Use seus aparelhos auditivos  no mínimo 8 horas por dia. Seus ouvidos precisam se habituar a ouvir mais! 🙂
  • Como diz a fonoaudióloga (e grande amiga <3)  Eliana Coutinho, ” OUVIR é uma ginástica cerebral!” E só treinando que conseguimos melhoras.
  • Lembre-se que para ESCUTAR é preciso OUVIR bem antes!
  • Não desperdice qualquer pista visual! Olhar o rosto do outro facilita o entendimento de fala.
  • Fuja de locais barulhentos na hora da conversa!
  • Leia o post : Como conversar com alguém que usa aparelho auditivo?

 

Boa semana a todos!  🙂

Por: Mirella Horiuti

Para: www.naoescuto.com

 

Há algumas semanas minha amiga Paula Pfeifer do Cronicas da Surdez publicou um assunto muito importante. O uso dos fones de ouvido para MP3.

Resolvi compartilhar com vcs!

 

FONES DE OUVIDO NO ÚLTIMO VOLUME HOJE, APARELHO AUDITIVO AMANHÃ

Olhem só essa campanha veiculada nos Estados Unidos. Achei sensacional, pois uma imagem fala mais do que mil palavras, certo? Mesmo com tudo o que se publica sobre a prevenção da perda auditiva, a maioria das pessoas não está nem aí, tem aquela atitude de ‘isso nunca vai acontecer comigo‘ e continua com os fones de ouvido no volume máximo.

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A perda auditiva é uma epidemia mundial. Antigamente, a surdez estava quase que totalmente relacionada à velhice, mas hoje ela se relaciona com a juventude numa velocidade impressionante. Por isso, fica o apelo: teste a sua audição, faça uma audiometria. E nunca, jamais, use seus fones de ouvido no volume máximo e nem por horas a fio. A nossa audição é sensível e nossas células ciliadas (ainda) não se regeneram!

Alguns fatos…

  • 15% da população americana com idade entre 20-69 anos tem perda auditiva induzida por ruído;
  • 1 em cada 8 pessoas acima de 12 anos tem algum grau de perda auditiva nos Estados Unidos;
  • 30 milhões de americanos são expostos a níveis perigosos de ruído no trabalho e acabam com algum grau de perda auditiva;
  • de todas as causas da perda auditiva, a mais fácil de prevenir é a causada por exposição prolongada ao ruído;
  • a perda auditiva vem sendo relacionada com demência, declínio cognitivo, depressão e doenças cardíacas.

 

Compartilhem!

Boa semana a todos!  🙂

 

Por: Mirella Horiuti

Para: www.naoescuto.com