Essa é uma pergunta que me fazem à todo momento.
Fiz uma analogia com balões. Não é toda criança que precisa de muitos balões para ser feliz. Às vezes um balão já faz toda a alegria. Com essa história de canais e aparelhos auditivos é parecido…
Minha filosofia é a seguinte: depende da audiometria. Não é o número de canais que vai definir uma melhor adaptação. Quanto mais plana a configuração da audiometria, menos canais necessito. Simples assim.
O que acontece é o seguinte… os fabricantes aliam o maior número de canais aos recursos que realmente melhoram a adaptação. Que recursos são estes? Aqui alguns deles:
- Redutor de ruído – reduz o ruído e mantém a fala amplificada
- Cancelamento de microfonia – reduz ou elimina o apito
- Microfone Direcional – prioriza a fala em locais ruidosos
- Conectividade – conecta seu aparelho auditivo ao celular e TV
O que quero dizer é o seguinte, um aparelho que tem 48 canais é melhor que o de 20 somente pelos recursos adicionais que possui e não pelo fato de possuir 28 canais a mais. Volto a dizer, um número maior de canais fará diferença se a configuração do audiograma for muito descendente mas isso deve ser avaliado caso a caso.
Li uma pesquisa muito interessante dizendo que acima de 12 canais o paciente não consegue perceber a diferença na qualidade do som. Não acredito que isso seja verdade para todos os pacientes mas deve ser levado em consideração.
A diferença de qualidade sonora proporcionada pelo maior número de canais pode variar de paciente para paciente.
Sou do time que gosta de testar para ter evidências para decidir JUNTO com o paciente qual a melhor opção.
Só depois do teste que podemos escolher quantos balões serão necessários! 🙂