Abaixo e na íntegra… mais um post no Cronicas da Surdez! Muito feliz pela oportunidade : )
#loveyouPaulitcha
Quando minha querida amiga Paula me chamou para falar desse tema…. pensei… como é que ela sabe que estou estudando isso? Na verdade, os méritos do meu conhecimento se devem às fonoaudiólogas Laura Mochiatti que mergulhou de cabeça no tema ( que é sua tese de mestrado), à Ana Claudia Vieira ( sua orientadora ) e nossas incansáveis discussões. 🙂
Ao pé da letra, o termo memória auditiva significa: a habilidade de lembrar palavras ou sons.
Falando mais sobre essa memória auditiva, ela é classificada como de “curto prazo”. Ou seja, ela é a capacidade cerebral de utilizar uma certa quantidade de informação por um curto período de tempo (15 a 30 segundos em média). É a informação que estamos pensando naquele momento ou que estamos tomando conhecimento. Depois de adultos, a duração de quanto tempo retemos a informação e a quantidade de informação armazenada pode ser treinada e aumentada. Mas durante atividades ou tarefas que envolvam duplo processamento, ou seja, duas tarefas realizadas ao mesmo tempo, a capacidade desta memória operacional torna-se limitada devido à distribuição das demandas cognitivas para diferentes respostas exigidas pelas tarefas, como por exemplo, a recordação de palavras e emissão das mesmas. de forma ordenada após uma tarefa de percepção de sentenças.
O processo de criar uma memória envolve algumas etapas: primeiro ouvimos o som (ou seja percebemos- estamos falando de audibilidade), depois escutamos esse som ( damos atenção ao que ouvimos) e na sequencia “armazenamos” em algum local no nosso cérebro. Pronto … a memória está criada e armazenada.
Mas a segunda fase é na minha opinião a mais complexa de todas: é o escutar o som e buscar nesse armazenamento a memória auditiva compatível para podermos entender o que se fala.
Para normo-ouvintes, essa segunda etapa se torna mais difícil quando a situação não é favorável, ou seja, em locais ruidosos, com vários falantes ao mesmo tempo, voz fraca e mal articulada do falante, etc.
O que acaba acontecendo é um esforço enorme, chamado atualmente de “esforço auditivo” que nada mais é do que toda atenção e recursos cognitivos necessários que usamos para se entender a fala.
No caso de um deficiente auditivo, esse esforço acontece o tempo todo.
E qual a relação do esforço auditivo com a memória? Uma relação enorme, que já vem sendo estudada há alguns anos.
Há estudos que comprovam que quanto melhor nossa memória operacional, menor nosso esforço auditivo. E ainda que pessoas que são ótimos leitores tem uma memória operacional melhor.
Se pensarmos nisso, com um esforço auditivo menor, a performance no quesito “ entender as conversas” com certeza vai melhorar.
E como posso melhorar minha habilidade de memória auditiva? Faça uma avaliação com seu fonoaudiólogo de confiança e veja as opções para seu caso.
Boa semana a todos! 🙂
Por: Mirella Horiuti
Para: www.naoescuto.com