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Essa semana recebi um email muito bacana de uma professora preocupada com os alunos usuários de aparelhos auditivos e que são oralizados, ou seja, que usam a fala como meio de comunicação.

As dicas que vou apresentar aqui são baseadas em alguns anos de experiência com pacientes e uma pesquisinha básica na internet é claro ( #aprendendosempre) …

Antes de tudo, gosto de deixar alguns pontos bem claros para meus pacientes…

  •  Aparelho auditivo não é um ouvido novo – pode ser meio óbvio escrever isso mas sempre reforço essa mensagem. Por mais cara e sofisticada que seja uma prótese auditiva,  ela nunca substituirá nossa milagrosa natureza, ou seja, um ouvido normal sempre será melhor que um com aparelho auditivo na maioria das situações. Mas como assim nas maioria das situações? Então há situações em que ouvir com aparelho auditivo é melhor que ter audição normal? Sim! Mas temos que considerar várias coisas: o ambiente deve ser ruidoso, o aparelho auditivo deve ter um microfone direcional ultra-mega-power sofisticado  (e cá entre nós somente os aparelhos auditivos top de linha tem isso) e quem fala deve estar na frente do usuário a menos de 1 metro de distância. Bastante coisa.. então fica a mensagem ouvido normal é melhor que ouvido com aparelho auditivo. Sempre brinco com as palavras: aparelho auditivo é uma prótese e o próprio nome já diz tudo “PRÓTESE” e não é um ouvido biônico.
  • Pessoas normais olham para a boca do outro quando conversam – sim! Isso é normal e ajuda muito! Faça o teste vc mesmo. Comece a conversar com alguém que tenha audição normal e de repente (disfarçadamente) fique numa posição que a sua boca fique encoberta – atrás de um vaso por exemplo. Vc vai se divertir vendo a cara da outra pessoa tentando desviar do obstáculo para enxergar sua boca.   🙂
  • Quando estamos cansados ou doentes nosso entendimento piora – essa é uma grande verdade!

Mas vamos ao que interessa…seguem  algumas dicas:

1. Solicite a atenção do usuário de aparelho auditivo – Antes de começar a falar chame o usuário pelo nome ou até mesmo toque nele para chamar a atenção para você. Esse gesto simples já prepara a atenção do usuário para a conversa. Ele vai entender que precisa prestar a atenção em vc e não vai perder o início da conversa.

2. Mantenha o contato visual –  Olhe para o usuário e utilize sua expressão facial. Isso vai ajudar no contexto…vai dar pistas se o que vc está falando é bom, ruim , sério, triste, etc…

3. Não cubra seu rosto – Quando vc estiver falando mantenha suas mãos longe do rosto. E se vc for fumante, nunca fale com o cigarro na boca ou chicletes, isso atrapalha a produção da fala alterando a nitidez. Presença de bigode pode dificultar a nitidez da fala também.Vale a pena dizer que quanto mais iluminado o lugar que vc estiver, melhor é claro ( mais pistas ficarão disponíveis)! Agora você percebeu o quanto é difícil falar da sala e querer que o usuário te entenda estando num outro cômodo da casa?

4. Fale claro e na intensidade normal – Por favor não grite! Isso só atrapalha pois distorce as palavras. Não fale nem muito rápido, nem muito devagar – fale normalmente, no ritmo normal e de frente! O segredo é falar com pausas para dar tempo para que a outra pessoa processe a informação.

5. Não repita a frase se o usuário de aparelho auditivo não entendeu – Reformule a frase, ou seja, fale de outra maneira. Vai ficar mais fácil para ele entender pois vai pegar algumas pistas da primeira frase e juntar com a segunda frase reformulada.

6. Fuja do barulho – Tente sempre conversar num local mais silencioso. Desligue o rádio, tv, tudo que estiver competindo com a sua fala. Quando for a um restaurante ou festa, procure ficar distante da área de som, cozinha e bar pois esses ruídos podem atrapalhar. Afinal você não sabe qual a tecnologia do aparelho auditivo do interlocutor e o redutor de ruído pode não ser muito bom ou estar bem regulado…

7. Pergunte para o usuário se ele tem preferência de lado para você falar – Muitas vezes o paciente tem um ouvido que escuta melhor e prefere que o interlocutor fique daquele lado.

8. Não mude de assunto de repente – Se vc precisa mudar de assunto, faça uma pausa e use uma introdução do tipo… ” Mudando de assunto, blablabla…”. Isso vai garantir que ninguém fique boiando…

Espero que essas dicas sejam bem úteis!

Boa semana à todos!   🙂

 

Por Mirella Horiuti

Para www.naoescuto.com

 

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Adoro falar disso.  🙂

Depois de 8 anos trabalhando dentro do fabricante de aparelhos auditivos, posso dizer com toda a segurança:

SÓ MANDE SEU APARELHO AUDITIVO PARA ASSISTÊNCIA TÉCNICA SE ELE ESTIVER COM PROBLEMA !!!

Por que  falo isso? Simples. Vamos fazer uma analogia entre produtos eletrônicos.

Você envia seu celular ou televisor para fazer revisão e limpeza uma vez por ano ou a cada 6 meses?

A resposta é NÃO!

E você já deve ter ouvido a frase … ” Em time que está ganhando … não se mexe!”

É isso mesmo. Se  seu aparelho auditivo está normal, com a mesma qualidade de som, as pilhas durando o mesmo tempo e  seu fonoaudiólogo de confiança escutou e avaliou seu  aparelho, não há motivo algum para abrí-lo e verificar seu funcionamento. Pode ter certeza !!!!

Quando falamos das peças dos aparelhos auditivos, não há limpeza que possa ser feita nas peças que faça ele funcionar melhor… Veja bem que não estou falando de acúmulo de cera na frente do receptor dos intras ou modelos RIC (receptor no canal).

Existe uma limpeza externa do aparelho auditivo intra ou retro que pode ser feita pelo próprio fonoaudiólogo ou paciente (desde que orientado). É a limpeza de gancho ou cotovelo, contatos de bateria, troca de protetores de cera, troca de tubo de molde etc. Isso pode e deve ser feito com certa frequência ….. Mas NÃO é desse tipo de limpeza que estou falando.

Na minha experiência, só existe uma situação em que mando abrir (desmontar!) o aparelho auditivo para limpeza. Quando observo sinais importantes de oxidação e umidade . Aí sim uma limpeza pode ajudar. A limpeza servirá para prevenir algum futuro dano no aparelho mas, o importante mesmo é tentar achar a fonte do problema. Por que está acontecendo isso? Quando identificamos o que está provocando o problema, podemos intervir. Muitas vezes somente uma orientação ao paciente resolve.

Já tive um paciente que a cada 3 meses tinha problemas de umidade no seu aparelho intracanal e acabava danificando o receptor. Isso não é  normal. Investiguei tudo que podia e acabei descobrindo que ele usava um líquido a base de água para lubrificar o aparelho para facilitar a colocação dentro da orelha toda vez que colocava  (umas 2-3 vezes por dia!) . BINGO! Era esse líquido que deixava os componentes úmidos.  Não há desumidificador no mundo que resolva esse problema..rs

Mas, voltando ao assunto, aparelho que está bom deve passar longe da assistência técnica.

Costumo dizer que ou o aparelho está bom ou tem problema. Não tem cinza – ou é branco ou é preto.

Sempre oriento meus pacientes à ficarem atentos… qualquer mudança no consumo de bateria e na qualidade sonora já é motivo para retornarem à minha loja para avaliarmos. O seguro morreu de velho, certo…. rs?

 

Boa semana à todos!  🙂

 

Por Mirella Boaglio Horiuti

Para www.naoescuto.com

 

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Essa semana atendi vários pacientes com essa dúvida. Descrentes de tudo. Dizendo… ” Já testei um digital e achei péssimo. O meu analógico é muito melhor. Quero um igual, vc tem?”

Respondendo à pergunta do título do post:  “Uso aparelho analógico e adoro. Vou me acostumar com o digital?” .

Minha resposta é SIMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM!   🙂

Fique tranquilo. Isso é possível.

Mas vamos por partes…  por que tem um monte de pacientes por aí que testaram e não se adaptaram?

Eu te respondo… os motivos são vários, dependendo da época que esse aparelho digital foi testado.

Se vc testou esse digital lá pelos meados dos anos 2000 -2002, quando foram lançados (eu já estava  lá de novo ….kkkk) , havia uma crença de que o digital deveria ser automático e o paciente não precisaria mexer no volume. Então, os aparelhos digitais não tinham controle de volume. Por esse motivo, vários pacientes meus testaram e desistiram de usar o novo aparelho digital pois sentiam falta de poder mexer no volume. Além disso, esses aparelhos não eram muito potentes. Na época as perdas de grau severo e moderado estavam de fora.

Com o tempo, os fabricantes de ponta começaram a lançar produtos digitais mais potentes.

Hoje, conseguimos atingir até perdas de grau severo a profundo com modelos intra ou microcanais.

Mas então qual o problema nos dias de hoje?  Simples:  REGULAGEM! Acreditem. Na época que treinava fonoaudiólogos pela Siemens, sempre dizia… nunca se baseie somente no que o software de regulagem do aparelho diz. Olhe para o paciente  que está à sua frente. Ele vai te dizer o que precisa e o que quer ouvir.

Então, não desanime se você algum dia já testou um aparelho auditivo digital e não se adaptou.

Tente de novo!  🙂

#ficadica: procure um fonoaudiólogo que realmente está comprometido com seu caso e simplesmente FUJAAA daquele que deseja apenas te vender um par de aparelhos auditivos a qualquer custo. 

Boa semana à todos!  🙂

 

Por Mirella Boaglio Horiuti

Para www.naoescuto.com

 

baterias

Bateria ou pilha?   Fique tranquilo ….. tanto faz !!!   🙂

Por que isso é importante? Simples assim: porque vai mexer no seu bolso e no seu tempo.

Como assim?  Acho que você tem o direito de escolher  o quanto vai gastar por mês e quantas vezes terá que parar o que está fazendo para troca a pilha, certo?

De maneira geral a regra é essa:  quanto menor o aparelho, menor a pilha e quanto menor a pilha, menos ela dura. E se no final das contas você está de olho num aparelho auditivo pequeno e potente, mais um item para avaliar. Mas fique atento … isso pode variar conforme as marcas de aparelhos auditivos. Como tudo nessa vida… temos por aí marcas boas e ruins nesse aspecto. Pesquise!   🙂

#ficadica:  quando estiver escolhendo seu aparelho auditivo pergunte ao fonoaudiólogo quanto tempo em média dura a pilha do modelo que ele está indicando para seu você, na potência adequada para seu caso. Ele tem essa informação.

Agora vamos falar um pouco das pilhas ou baterias de aparelhos auditivos. Existem vários tamanhos. De forma geral, quanto maior a bateria, maior sua autonomia. O tamanho da bateria está diretamente relacionado com o tamanho do aparelho auditivo, ou seja, quanto menor seu aparelho auditivo, menor a pilha… como disse acima.

São 4 os tamanhos mais comuns:

Tamanhos de baterias

Tamanho 675  ( selo azul)– para retroauriculares bem potentes

Tamanho 13  ( selo laranja) –  para retroauriculares convencionais e RIC e intra-auriculares

Tamanho 312  (selo marrom)-  para retroauriculares convencionais e RIC e intracanais

Tamanho 10 ou 230  (selo amarelo) – para retroauriculares  RIC e microcanais

Tamanho 5  (selo vermelho) – para microcanais. Há uns bons 10 anos que não vejo essa pilha no mercado (pelo menos no Brasil). Quando lançaram os microcanais (em 1900 e bolinha…. e eu estava lá..rs)  e o canal auditivo do paciente era muito pequeno, esse tamanho era utilizado.

Essa tabelinha é baseada no meu conhecimento  mas  pode haver algum tipo de uso diferente por aí  pois não conheço todos os modelos do mundo….rs

Existem diversas marcas de pilha no mercado. Também não existe milagre, quanto à durabilidade: marca boa dura mais. Eu particularmente gosto de 3 marcas: Siemens, Panasonic e Duracell. Marca ruim  dura menos e o pior de tudo, a pilha pode vazar ou estufar danificando seu aparelho auditivo. Uma outra coisa que está surgindo no mercado são as falsificações de pilhas – portanto, compre as suas num local confiável e nunca de locais de aparência suspeita. O barato pode sair caro. O custo médio de uma bateria é  3 reais.

A durabilidade da pilha ou bateria depende de uma série de fatores além do tamanho. Depende também da regulagem do aparelho (quanto mais potente maior o consumo), recursos ativados e das horas de uso.

As baterias recarregáveis tem uma autonomia de 8 a 14 horas, dependendo do tamanho. No Brasil, somente 2 marcas se utilizam de pilhas recarregáveis nos  seus aparelhos auditivos nos tamanhos 13  e 312.

As baterias convencionais (de zinco) tem autonomia diferente. Os dados abaixo se referem à duração média (11 horas por dia) em aparelhos digitais – que avisam quando a pilha está nas últimas. Aparelhos analógicos tem um consumo diferente – funcionam até o último suspiro da bateria. Isso quer dizer que se vc tirar a bateria ruinzinha de um digital e colocar num analógico vai funcionar? Sim… com certeza!

Tamanho 675  ( selo azul)– 15 a 20  dias.

Tamanho 13  ( selo laranja)-  10 a 15 dias

Tamanho 312  (selo marrom)-  10 a 12 dias

Tamanho 10 ou 230  (selo amarelo) – 5 a 7 dias

Tamanho 5  (selo vermelho) – 2 a 3 dias

#ficadica: retire o selo da bateria e aguarde 1 minuto antes de utilizar.  Essas pilhas são ativadas à ar e necessitam de um tempo para chegar na carga total. Se você retirar o selo e rapidamente colocar a pilha em uso ela pode durar menos. Outra coisa meeeeega importante: DATA DE VALIDADE. Toda cartelinha de bateria tem a data. Verifique antes da compra ainda mais se você quiser fazer um pequeno estoque, ok?

Boa semana à todos!  🙂

 

microfonia

Uma das coisas mais comuns que acontecem com pacientes usuários de aparelhos auditivos é a reclamação sobre o apito. A famosa microfonia ou feedback. Confesso que essa reclamação tem diminuído ao longo dos anos pois cada vez mais temos mais recursos nos aparelhos auditivos digitais.

Vou dar uma lista de dicas que podem ajudar o usuário a descobrir se esse “apito” é normal ou não. Vamos lá:

Regras básicas:

  •   aparelhos auditivos apitam sim. É normal! Ainda mais se eu colocar a mão em cima dele quando estiver na orelha. É claro, que existem alguns casos que mesmo colocando a mão ou o telefone o aparelho não apita. E por que? Simples – pode ser devido à uma associação de fatores ou apenas um deles: uso do recurso digital de Cancelamento de Microfonia e/ou aparelho fraco (pouca potência) e/ou sem ventilação.
  • quanto mais potente um aparelho mais chance de apitar.
  • quanto mais ventilado o molde ou cápsula, mais chance de apitar também.

Mas, se desde que se iniciou o uso ele nunca apitou e de uma hora para outra começou a apitar, podemos ter os seguintes problemas:

cera no ouvido – obstrução do canal auditivo interno por cera faz com que o som que sai do aparelho seja refletido causando o apito. O fato de usar aparelho auditivo estimula a produção de cera na maioria dos pacientes.

molde ou cápsula dos modelos intra folgadas –  isso pode acontecer depois de alguns anos de uso ou se o paciente emagreceu muito.

a perda auditiva piorou – agora para escutar melhor o paciente deve aumentar mais o controle de volume, aumentando a chance de microfonia.

defeito técnico no aparelho auditivo

O que fazer então?

Consulte seu fonoaudiólogo de confiança. Ele verificará seu ouvido, seu aparelho, molde, sua audição e encontrará o problema ( se houver um). Não entregue seu aparelho auditivo à qualquer pessoa. Ele é um produto médico e foi configurado para você.  

Bom final de semana à todos!  🙂

smilebranco

Já recebi várias mensagens com esse tipo de questionamento. Se isso era normal, se iria melhorar, etc

Minha resposta é simples:  DEPENDE. Mesmo depois de escolher o melhor aparelho auditivo para seu caso, isso pode acontecer.

Para que uma pessoa entenda melhor em quase todas as situações (Olhem só! Coloco quase pois nem pessoas com audição normal escutam e entendem tudo em todas situações!) precisamos de uma combinação de fatores:

  • aparelho auditivo com potência (para garantir que a pessoa ouça o som)  e tecnologia ( para garantir uma qualidade de som clara, nítida e sem ruídos) adequados para o grau de perda auditiva do paciente
  • nível de entendimento de fala (IRF da audiometria) superior a 84% para monossílabos

Na maioria dos casos que avalio (nos quais o paciente já adquiriu o aparelho auditivo), falta um pouco de tecnologia no aparelho auditivo. Mas algumas vezes, há a própria doença que afetou o nervo auditivo … Nesses casos, sempre converso com o médico otorrinolaringologista … às vezes alguma medicação ou melhor controle de doença de base (como diabetes, por exemplo) traz melhora. Mas, como disse, cada caso é único.

Por isso, antes de escolher o seu aparelho auditivo junto com seu fonoaudiólogo, informe-o das situações que você tem dificuldade e que gostaria de melhorar. Essas informações irão ajudar o profissional a selecionar o aparelho auditivo mais adequado para seu caso.

Quando atendo pacientes que já compraram um aparelho recentemente, tento ajustar a regulagem da melhor maneira possível e desenvolver estratégias para melhorar o entendimento de fala.

Sou do time que SEMPRE algo pode ser feito para melhorar !   🙂

Existe ainda outro ponto que gosto de deixar bem claro para meus pacientes. É a questão de se acostumar ao som do aparelho auditivo. Isso demora uma pouco na maioria dos pacientes. O período para se acostumar ao som diferente do novo aparelho (desde que esteja BEM adaptado e regulado, é claro) e passar a entender melhor é de 3 a 6 meses. Sim! Tudo isso!  E por que? Simples: o nosso cérebro deve se acostumar ao novo tipo de som. Por isso, quanto mais tempo usar o aparelho, mais rápido o paciente se acostuma. Falando em termos técnicos, é a chamada aclimatização. Atualmente uso sempre esse exemplo abaixo (depois de ouvir minha colega Daniella Saback Vianna num de seus atendimentos #vivendo&aprendendoSEMPRE)  para clarear um pouco mais:

“Se você está com uma infecção e o médico receita o uso de 14 dias de antibiótico..não adianta tomar os 14 comprimidos de uma vez, certo?  Com aparelho auditivo, é a mesma coisa. Não adianta aumentar todos os sons de uma vez só. Aos poucos vamos ajustando o aparelho para que cada vez mais ele fique com um som melhor. Tudo é questão de se acostumar… o que incomoda um pouco hoje amanhã incomodará menos…”

 

Boa semana à todos !!!

 

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Essa é uma pergunta que me fazem à todo momento.

Fiz uma analogia com balões. Não é toda criança que precisa de muitos balões para ser feliz. Às vezes um  balão já faz toda a alegria. Com essa história de canais e aparelhos auditivos é parecido…

Minha filosofia é a seguinte: depende da audiometria. Não é o número de canais que vai definir uma melhor adaptação. Quanto mais plana a configuração da audiometria, menos canais necessito. Simples assim.

O que acontece é o seguinte… os fabricantes aliam o maior número de canais aos recursos que realmente melhoram a adaptação. Que recursos são estes? Aqui alguns deles:

  •  Redutor de ruído – reduz o ruído e mantém a fala amplificada
  • Cancelamento de microfonia – reduz ou elimina o apito
  • Microfone Direcional – prioriza a fala em locais ruidosos
  • Conectividade – conecta seu aparelho auditivo ao celular e TV

O que quero dizer é o seguinte, um aparelho que tem 48 canais é melhor que o de 20 somente pelos recursos adicionais que possui e não pelo fato de possuir 28 canais a mais. Volto a dizer, um número maior de canais fará diferença se a configuração do audiograma for muito descendente mas isso deve ser avaliado caso a caso.

Li uma pesquisa muito interessante dizendo que acima de 12 canais o paciente não consegue perceber a diferença na qualidade do som.  Não acredito que isso seja verdade para todos os pacientes mas deve ser levado em consideração.

A diferença de qualidade sonora proporcionada pelo maior número de canais pode variar de paciente para paciente.

Sou do time que gosta de testar para ter evidências para decidir JUNTO com o paciente qual a melhor opção.

Só depois do teste que podemos escolher quantos balões serão necessários!  🙂 

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Essa pergunta é das boas!

Minha resposta:  Na audiologia não tem certo nem errado. Tem o que funciona ou não para cada paciente. Já vou explicar o meu ponto de vista…

Você passou no médico otorrinolaringologista e ele lhe disse:  Você terá que usar aparelho auditivo. Alguns médicos já te informam tudo mas outros não. O que é importante você saber?

Tenho que usar dos 2 lados?

Tenho que usar de um lado só? Qual lado e o motivo?

Pronto! Você recebeu a explicação dos motivos do uso e do(s) lado(s) escolhido(s). Podemos passar para a próxima etapa.

Agora, se você não tem a menor idéia, aqui vão algumas informações importantes que você deve considerar.

  • Se você já andou navegando pela internet já deve ter lido em algum lugar que usar 2 aparelhos é melhor que um só. Bom… eu digo para você …como regra geral, sim é verdade mas sempre temos exceções. Existem vantagens para o uso de 2 aparelhos (melhor entendimento de fala em grupo e no barulho, melhor localização dos sons, estimulação dos dois ouvidos ao mesmo tempo, audição estéreo, etc) . Mas, cada caso responde de uma forma diferente. Mais uma vez entra aí a habilidade e conhecimento da fonoaudióloga para escolher e regular o aparelho auditivo.

 

  • Se você já foi consultado por algum profissional que fez algum tipo de terrorismo  dizendo que ” Se você não usar dois aparelhos sua audição vai piorar cada vez mais e você não vai escutar  mais nada.” ATENÇÃO!  Fujaaaaaaaaaaaa…..  Digo isso pois depois de 20 anos de experiência nas costas sei que as coisas não são bem assim. Posso te garantir… que faz esse tipo de coisa só está interessado em te vender um par de aparelhos. Não tem nenhum tipo de compromisso com o que é melhor e mais adequado para seu caso.

#ficadica:  O quanto você escuta não vai piorar porque você não está usando aparelho auditivo. O que piora é o entendimento das palavras. Mas vale lembrar que o tempo que leva para essa piora de entendimento varia de pessoa para pessoa ( 6 meses, 12 meses, etc).

  • Como você vai descobrir o que é melhor para você ? TESTANDO !  🙂  . Isso mesmo, você  deve testar o uso dos 2 aparelhos juntos, depois só o direito e só o esquerdo.  A partir da sua experiência das 3 formas e dos testes de performance realizados pela fonoaudióloga vocês descobrirão o que funciona melhor para seu caso.

 

 

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Muita gente me pergunta como escolher o melhor aparelho auditivo para seu caso. Resumi em alguns itens para ficar bem simples.

Lembre-se:  comprar um aparelho auditivo é muito parecido como comprar um carro mas, é mais sério pois estamos falando de um produto médico, para sua saúde. Existem diversas marcas  FIAT, GM, BMW, etc.  e cada marca possui vários modelos uns mais e outros menos sofisticados com este ou aquele opcional. Cada modelo tem sua peculiaridade e o que agrada muito um comprador pode não agradar tanto à outro.

O que fazemos quando vamos comprar um carro? PESQUISAMOS TUDO! Desde características técnicas como cor, potência, consumo, opcionais até garantia, assistência técnica e forma de pagamento.

 

O que é mais importante quando a pesquisa é sobre aparelhos auditivos? A resposta é … muitas coisas. Fiz uma lista que pode ajudar bastante.

 

Passo 1 – Procure na internet as empresas que comercializam aparelhos auditivos dentro de uma área próxima que você ache fácil e tranquilo trafegar. Motivo? Facilidade de locomoção e solução de problemas com rapidez.

Passo 2 –  Selecione umas 6 empresas e comece sua jornada de contato. Muita gente prefere email. Eu pessoalmente prefiro ligar pois já começo minha avaliação desde aí… Já deixei de ir em várias lojas pois o atendimento telefônico foi péssimo.

Passo 3 – Agende uma visita ( sem compromisso ) para um orçamento nos 3 melhores. Leve seu exame de audição e a prescrição médica.

#ficadica: O exame auditivo e a receita são SEUS documentos. O local pode apenas tirar um xerox para anexar em seu prontuário. Se o local insistir em “segurar” seu exame ou sua receita, já desconfie e risque esse local da sua lista. Eles querem garantir que você não vá a mais nenhum lugar pesquisar preços!!!!

Depois do seu atendimento, volte para casa e avalie:

Instalações – eram boas? E a limpeza do local? Há quanto tempo estão neste mesmo endereço?

Marca –  qual a marca do aparelho auditivo comercializado? Era de primeira linha? Pesquise pelo nome do fabricante na internet.

Atendimento – como foi? O atendimento foi por um fonoaudiólogo? Ele se mostrou interessado em ajudar a resolver seu problema auditivo ou só quis vender um par de aparelhos auditivos?

Conhecimento do profissional fonoaudiólogo –  Ele pareceu seguro e confiante? Tem experiência? Tirou todas suas dúvidas?

Teste antes da compra – é prática do mercado permitir que o paciente teste o aparelho auditivo sem compromisso de compra por 1 semana. O teste em casa, no trabalho e nas situações do dia-a-dia são muito importantes. Costumo dizer aos meus pacientes que dentro de uma sala fechada qualquer aparelho auditivo é bom.

Preço – muita gente acha esse item o mais importante. E importante ele é, com certeza. Mas não é o principal. Lembre-se que ao adquirir um aparelho auditivo você está casando com o local onde comprou!

Garantia do produto – quanto tempo é a garantia? Marcas de primeira linha em geral praticam de 2 a 3 anos. O que cobre?

Garantia do fabricante – procure saber quem é o fabricante do aparelho auditivo que foi oferecido à você. A maioria destes produtos é importado.

Política de retornos – pergunte como funcionam os retornos após o vencimento da garantia. São cobrados? Qual o valor?

Política de revisão técnica  – esse ítem merece muuuuuuita atenção.

Muitas empresas insistem que o aparelho auditivo deve ser revisado a cada 6 meses ou no mínimo uma vez por ano depois que acabar a garantiam mesmo que o usuário não tenha queixa nenhuma de funcionamento. Eu não concordo. Pergunto à você… quantas vezes você mandou seu televisor ou seu celular para revisão e limpeza?

#ficadica: Só envie seu aparelho para a assistência técnica se aparecer algum problema de uma hora para outra. Alguns exemplos: aumentou o consumo de pilha, som distorcido, etc

 

Passo 4 –  Depois da sua jornada de visitas e avaliações, escolha 2 locais para fazer o teste em casa. Ou escolha o local  que você gostou mais, ou melhor, sentiu mais segurança e teste 2 modelos diferentes recomendados pela fonoaudióloga. Isso é possível também!

Passo 5 – depois da finalização dos testes, com segurança, avalie as vantagens e desvantagens de cada aparelho auditivo e escolha uma das empresas para fazer a compra.

 

 

Junte-se

Agora que você percebeu que não está escutando, chegou o momento de ser examinado por um especialista. No caso, o médico otorrinolaringologista (especialista em ouvidos, nariz e garganta) é o profissional capacitado para avaliar o que está acontecendo e indicar o tratamento mais adequado.

Estes tratamentos podem variar desde a retirada de cera dos ouvidos ( sim! É verdade! Já aconteceu com vários pacientes meus! E resolveu!) uso de medicamentos , indicação de cirurgias e muitas vezes o uso de aparelhos auditivos.

#ficadica: Se você não se sentiu confortável ou confiante com o diagnóstico e tratamento sugerido, procure uma segunda e até uma terceira opinião. Afinal de contas, o maior interessado em encontrar a melhor solução para seu problema é você, certo?

 

Se a indicação médica for de uso de aparelho auditivo, procure uma fonoaudióloga especializada em adaptação de aparelhos auditivos (consultório) ou centro auditivo (loja) para iniciar o processo de teste. Qual a diferença entre os dois? De maneira geral, a diferença principal é que a fonoaudióloga especializada cobrará consulta e no centro auditivo haverá uma fonoaudióloga especializada funcionária da loja à sua disposição. Algumas fonoaudiólogas ou lojas comercializam mais de uma marca no mesmo local. Existem várias marcas e tecnologias diferenciadas para cada tipo de perda auditiva.

 

#ficadica: costumo dizer que 50% do sucesso da adaptação é responsabilidade da marca e procedência  do aparelho auditivo e os outros 50% da fonoaudióloga. Sim … dela mesmo!!! Ela será a responsável pela escolha do modelo, potência e o mais importante… REGULAGEM!!! Portanto, você deve escolher muito bem… pois a compra do aparelho é praticamente um casamento!  🙂

Leia o post Como escolher o melhor aparelho auditivo